E tantos anos depois de Macunaíma e João Grilo, o Brasil tem um novo herói nacional. Capitão Nascimento mostra aquilo que o mundo já sabe: não se faz uma omelete sem quebrar ovos. Não se faz um bolo sem quebrar ovos. Aliás, antes de mais nada é sempre bom quebrar uns ovos.
Se para combater a recessão nos EUA surgiu o Super-homem, pra chutar o traseiro do Hitler e saudar os Marines surgiu o Pato Donalds, e pra dar voz aos liberais e cutucar os Republicanos surgiram Os Simpsons, nosso Capitão surge pra finalmente homenagear os policiais cariocas, que diariamente colocam o peito na linha de tiro pra defender a segurança de nosso estado, além é claro de liberar a gente daquela multa mediante a cervejinha.
Contradições à parte, há muito tal Corporação merecia algo mais que um tapinha nas costas. Quando um traficante morre ou é preso ele fica famoso, vira até mártir pros funkeiros, pra OAB e pros Direitos dos Humanos. Quando um policial morre ele é nota de pé de página. E pra galera do status-quo, não fez mais que seu dever de garantir a segurança para que os advogados e juízes possam viver suas vidas tranquilos - e longe de tiroteio.
Nessa terra de muitos contrastes e pouco brilho, tem marginal querendo ser preso só pra realizar o sonho de andar de avião sem enfrentar fila de guichê. E tem classe média consumindo drogas pra aliviar a pressão: "Ah, nada a ver, as drogas sempre existiram". Ué, e quando a violência foi inventada??
É uma coisa que eu sempre digo: enquanto for difícil diferenciar castigo de recompensa, vai ser difícil escolher entre boas e más ações.
Humor, crítica, crônica, comédia e sátira sobre o Rio de Janeiro, o Brasil e o Mundo | Defendendo o humor inteligente do Capitalismo e do Aquecimento Global, antes que se torne brinde de pasta de dentes
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Capitão Brasil
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3 comentários:
Editado em 05.Nov
Bela Crônica.
O capitão está fazendo maravilhas pela auto-estima do brasileiro.
Tapa na cara funciona melhor que propaganda com o Ronaldinho.
Assisti o "tropa de elite 2" - na verdade o documentário "notícias de uma guerra particular" - e além da sensação de total desolamento, a situação lembra a imortal suposição platônica.
A única forma que o Estado atua por lá é a repressão. Como condená-los por se sentirem um "país" a parte? Com seus próprios "heróis" cantados nos versos do funk?
A solução não é simples, mas com certeza não é enrolar unzinho.
Não é simples e ainda por cima passa por ter de arregaçar as mangas, o que é quase palavrão por essas bandas aqui.
[]'s
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